O boom das clínicas de emagrecimento no Brasil

  • Post publicado:14 de setembro de 2025

Se você está conectado às redes sociais e acompanha conteúdos sobre saúde e bem-estar, certamente já percebeu o bombardeio de informações sobre emagrecimento, canetas emagrecedoras, novos tratamentos e o surgimento constante de clínicas especializadas.

Esse movimento não acontece por acaso. Ele reflete uma realidade preocupante e, ao mesmo tempo, uma grande oportunidade de mercado. As estatísticas de obesidade no Brasil confirmam isso. O país vive um crescimento acelerado desse problema de saúde pública. Dados recentes do Atlas Mundial da Obesidade 2025 indicam que cerca de 68% da população adulta apresenta excesso de peso, sendo que 31% já estão na categoria de obesidade e 37% com sobrepeso.

Pesquisas da Fiocruz alertam que, se mantidas as tendências atuais, em duas décadas praticamente metade dos adultos brasileiros viverá com obesidade, além de uma parcela significativa com sobrepeso.

A febre das canetas de emagrecimento

Dentro desse cenário, emergiu uma forte demanda pelo uso de medicamentos como Ozempic e Mounjaro, originalmente desenvolvidos para tratamento de diabetes tipo 2, mas que têm sido amplamente divulgados e procurados também como auxiliar no emagrecimento.

Esse fenômeno, conhecido como “febre das canetas”, reflete uma combinação de expectativas de resultados rápidos, influência de redes sociais, crescente acesso a informações nem sempre bem checadas e desequilíbrios regulatórios e de oferta.

Embora muitos relatos e artigos apresentem benefícios em determinadas condições, também são apontados possíveis riscos potenciais associados, especialmente quando o uso foge de acompanhamento médico rigoroso. Entre esses riscos mencionados em estudos ou alertas de especialistas estão efeitos adversos desconhecidos a longo prazo, uso em populações vulneráveis como idosos e gestantes, versões manipuladas ou sem procedência comprovada e a automedicação.

Fonte: CNN Brasil
Fonte: Veja Saúde

O mercado de clínicas e serviços de emagrecimento

O crescimento da obesidade e a busca por soluções eficazes têm impulsionado de forma significativa o mercado de clínicas e profissionais como médicos, nutricionistas e equipes multidisciplinares especializados em emagrecimento.

Termos como “clínica integrativa” e “clínica focada em qualidade de vida e emagrecimento” já estampam fachadas em todo o país, mostrando como esse nicho se tornou um dos mais disputados do setor de saúde.

Com a popularização das canetas de emagrecimento, aumentou a procura por profissionais que possam prescrever, orientar e acompanhar o uso dessas medicações, com foco em um processo de emagrecimento saudável e responsável.

Fonte: CNN Brasil

Oferta, demanda e concorrência

Como em qualquer mercado, a lei da oferta e da demanda também se aplica à saúde. Onde antes havia apenas um médico ou clínica atuando no segmento, hoje é cada vez mais comum encontrar diversos concorrentes disputando os mesmos pacientes.

A consequência direta é a concorrência de preços e a necessidade de diferenciação.

A pergunta que fica é: como lidar com isso?

Alta especialização: o primeiro passo

Na Commerciare Gestão em Saúde, sempre reforçamos que o primeiro passo é a alta especialização. Profissionais que buscam formações diferenciadas, cursos em outros estados ou até mesmo no exterior trazem para sua prática conhecimentos exclusivos.

Se você domina uma técnica nova, cientificamente comprovada e eficiente, já tem uma vantagem competitiva para conquistar e fidelizar seus pacientes.

O valor do posicionamento

Além da técnica, o posicionamento é fundamental. Em 2025, os canais digitais como YouTube, Instagram e TikTok concentram os maiores investimentos em marketing e comunicação. Produção de conteúdo, fotografia, audiovisual e parcerias com agências se tornaram parte da rotina de muitos profissionais de saúde.

Mas é importante não se restringir ao digital. Meios tradicionais como televisão, rádio e jornais ainda possuem forte influência em muitas capitais e cidades médias, oferecendo credibilidade e alcance a públicos diferentes.

Consultas digitais: ampliando horizontes

Se a sua especialidade permite atendimentos online, qual o motivo de não estruturar um processo para captar pacientes em todo o Brasil?

O YouTube continua sendo um dos canais mais poderosos para conquistar visibilidade, especialmente com conteúdos rotineiros e de interesse massivo, como “emagrecimento sem tempo para academia”. Já o Google, com anúncios bem segmentados e landing pages estratégicas, amplia a capacidade de atrair e converter novos pacientes.

Planos de tratamento e modelos de assinatura

Nos Estados Unidos, já existem clínicas que transformaram o cuidado com a saúde em modelos de assinatura, os chamados membership clubs, e essa tendência começa a se consolidar também no Brasil.

Fonte: Not Journal

Como você poderia estruturar pacotes ou programas de acompanhamento contínuo, respeitando sempre as regras do seu conselho profissional?

Para o paciente, programas desse tipo oferecem acesso direto ao profissional, monitoramento por balanças inteligentes, aplicativos, testes genéticos e uma rotina de atendimentos presenciais e online. Para o profissional, representam previsibilidade de receita e maior engajamento dos pacientes.

Marketing é estratégia

Por fim, nunca se esqueça: marketing é estratégia e não apenas número de posts por semana. A comunicação deve ser planejada, coerente e alinhada ao modelo de negócios, aos valores do profissional e ao planejamento estratégico da clínica.

Mais do que gerar curtidas, likes ou seguidores, a comunicação em saúde precisa gerar resultados sustentáveis para a empresa e, principalmente, excelência na entrega ao paciente.

Comunicação com responsabilidade

O marketing médico segue em constante debate, especialmente em relação à exposição de conteúdos. Odontologia e outras áreas da saúde já enfrentam questionamentos semelhantes. Por isso, é fundamental ter assessoria jurídica para alinhar suas estratégias de comunicação às normas de ética e publicidade.