
Me lembro como se fosse ontem…
Eu era um jovem de 16 anos, apaixonado por música. Tocava guitarra com os amigos e tínhamos uma banda chamada Silver Tape (Charles, Antônio, Daniel e eu). Nosso hobby era sempre o mesmo: ouvir e assistir música.
Para satisfazermos nossa paixão pela música, a TV era o nosso playground. Destacamos a saudosa MTV Brasil, que, desde o início nos primeiros anos da década de 90, foi o principal meio de acesso a músicas de diversos estilos para uma geração inteira. Além da MTV, a TV aberta também oferecia conteúdos incríveis, como os clássicos programas da TV Cultura, como Bem Brasil e Ensaio. Não podemos esquecer do bom e velho rádio, que, nos anos 2000, era nosso ‘segundo canal gratuito’ para ouvir músicas, conhecer histórias dos artistas e acompanhar programas de humor e cultura.
Outro canal importante eram as mídias físicas, que consumíamos em peso naquela época, como os CDs e uma novidade no mercado brasileiro: o DVD. Surpreendíamo-nos assistindo a shows de artistas e bandas que amávamos, além de cenas de bastidores e outros extras que recheavam essa mídia e nos davam a oportunidade de acompanhar ainda mais a vida de nossos ídolos.
Em 2005, muitos dos nossos lares já contavam com um computador conectado à internet. Aqui chegava uma nova fase do consumo de músicas: a era da internet, que tomava cada dia uma escala maior e já fazia parte dos lares de muitos brasileiros.
Neste mesmo ano, conhecemos a plataforma YouTube, onde começamos a ter acesso a dezenas, ou mesmo centenas de conteúdos sobre nossos artistas e bandas favoritas em tempo real, com acesso imediato a seus videoclipes e diversos shows. Agora, tínhamos a oportunidade de conhecer muitos dos nossos ídolos tocando ao vivo, algo que antes era impossível caso eles não lançassem DVDs ou outras mídias audiovisuais para o público.
Com o YouTube, além dos videoclipes das bandas que amávamos, começamos a consumir conteúdos relacionados à música, como aulas de guitarra e contrabaixo, vídeos explicativos sobre equipamentos que nos ajudavam a escolher produtos e marcas, além de entrevistas com produtores musicais, compositores e outros profissionais do fascinante mundo da música.
Estamos em 2025, e a internet se transformou no principal canal de comunicação, não é mesmo?

Hoje, procuramos tudo no Google e no YouTube e recebemos centenas de conteúdos sobre um mesmo produto que desejamos consumir. Quando o assunto é saúde, temos informações de dezenas de médicos que nos orientam sobre dúvidas que nos ajudam a procurar os especialistas mais indicados para sintomas, além de muitas informações sobre saúde mental e outros temas.
Com toda essa evolução, em 2025 o YouTube vem se mostrando cada vez maior que meios tradicionais de comunicação, superando a TV aberta em alguns países e até mesmo muitas plataformas de streaming de alcance global. E podemos perceber que esse caminho está apenas no início.
Mas como tudo isso se relaciona com a área da Saúde? Vamos lá:
Profissionais de Saúde e a criação de conteúdo
O crescimento das redes sociais e das plataformas de vídeo mudou radicalmente a maneira como a informação é disseminada. Na área da saúde, essa transformação representa uma oportunidade única para profissionais se aproximarem do público, desmistificarem conceitos e educarem pacientes sobre sua especialidade.
Atualmente, grande parte da população busca informações sobre saúde na internet antes mesmo de consultar um especialista. Isso torna essencial que médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas e demais profissionais da saúde ocupem esse espaço, fornecendo conteúdo confiável e de qualidade.
Além disso, o YouTube se consolidou como um canal relevante para networking e atualização profissional, permitindo debates técnicos e compartilhamento de conhecimento entre especialistas.
A importância do YouTube para profissionais de Saúde
1. Comunicação direta e credibilidade
O YouTube permite que profissionais de saúde compartilhem conteúdos esclarecedores sobre temas do dia a dia, explicando conceitos médicos e orientações de forma acessível. Esse tipo de abordagem fortalece a credibilidade do profissional e o posiciona como referência no mercado.
2. Construção de autoridade
Ao criar vídeos explicativos, estudos de caso e discussões sobre temas relevantes, o profissional de saúde constrói uma imagem de autoridade em sua área, tornando-se uma fonte confiável para pacientes e outros profissionais.
3. Captação de pacientes e atendimento online
Além de fortalecer a reputação do profissional, o YouTube pode ser uma excelente ferramenta para a captação de novos pacientes. Muitos especialistas já utilizam a plataforma para divulgar serviços e explorar modalidades regulamentadas de atendimento online, como telemedicina e teleconsulta em psicologia e nutrição.

4. Explicação de tratamentos e procedimentos
Diferente do primeiro ponto, este tópico enfatiza o uso do YouTube para detalhar protocolos médicos, odontológicos e estéticos, ajudando pacientes a entender melhor os procedimentos antes e depois da realização. Essa abordagem reduz dúvidas e melhora a experiência do paciente.
5. Auxílio a pacientes atuais
O YouTube também pode ser utilizado para fornecer informações complementares a pacientes já atendidos. Isso inclui vídeos sobre cuidados pós-consulta, esclarecimento de dúvidas frequentes, instruções de medicação e recomendações de estilo de vida.
6. Comunicação com a comunidade médica e acadêmica
Além de atingir o público em geral, o YouTube permite que profissionais debatam temas técnicos com colegas de profissão, promovendo a troca de conhecimento e a atualização contínua dentro das especialidades.
7. Aplicação por diferentes especialidades
Cada área da saúde pode utilizar o YouTube de forma estratégica para agregar valor ao seu trabalho:
- Médicos: explicação sobre doenças, tratamentos, prevenção, impacto de hábitos saudáveis e orientações gerais de saúde. Um excelente exemplo é o canal do Drauzio Varella, que se tornou uma importante ferramenta de informações sobre saúde para milhões de brasileiros.
- Odontólogos: vídeos sobre higiene bucal, prevenção de cáries, ortodontia e esclarecimentos sobre procedimentos odontológicos.
- Psicólogos: abordagem de temas como ansiedade, depressão, autoconhecimento e bem-estar emocional.
- Fisioterapeutas: dicas de exercícios, recuperação de lesões, postura e mobilidade.
- Profissionais de Estética: demonstração de procedimentos, cuidados com a pele e tendências do setor.
- Fonoaudiólogos: exercícios para fala, reabilitação vocal e cuidados com a voz.
Em um conteúdo recente nosso (leia aqui), conversamos sobre como profissionais de saúde podem se posicionar no mercado, seja por economia de escala ou valor agregado. Para quem busca ser um profissional de grande valor agregado, uma parte importante da promoção da imagem e da capacidade de atingir mais pessoas está nas redes sociais.
Neste artigo, abordamos como parte do valor agregado está na construção acadêmica e científica do trabalho do profissional. Com esse cenário, por que você ainda não cogitou ter um canal no YouTube?
Além de construir uma base teórica forte, você poderá se conectar com pacientes de todo o país. Se você já pode atender online, como no caso da Psicologia, que opera nacionalmente por meio do teleatendimento, o YouTube pode ser uma estratégia essencial para 2025.
Acredito que você não vai querer ficar de fora dessa, não é mesmo?
