Chegamos aos 45 minutos do segundo tempo do ano de 2022.
O mundo viveu durante dois anos os maiores impactos que a pandemia da Covid-19 impôs. As perdas de familiares e amigos, o isolamento, as incertezas econômicas e a instabilidade política infelizmente foram se tornando uma rotina constante e os impactos de tudo isso para o futuro ainda é imensurável.
A Saúde segue com vários desafios a serem superados, oriundos de problemas vividos há décadas no Brasil. Acesso a serviços especializados em várias regiões do país, a dificuldade de atendimento por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), a baixa cobertura dos planos de saúde e o desemprego são apenas alguns dos problemas.
Mesmo com a saúde suplementar voltando ao patamar de 50 milhões de vidas e os números positivos em relação a economia do Brasil, o caminho para a entrega de acesso a saúde a um quantidade ainda maior de brasileiros ainda é uma realidade muito distante.
Em um cenário complexo, o mercado nacional ainda reage com soluções desenvolvidas por empresas privadas que buscam a promover serviços e tecnologias capazes de entregar acesso a saúde por meio de preços acessíveis, além de conseguir resolver problemas de atenção primária e da falta de informações médicas em regiões remotas.
Para 2023, o desafio de entregar a saúde para mais pessoas segue firme e empresas veteranas, bem como novos entrantes, tem a oportunidade de desenvolverem novas soluções para o segmento da saúde ou mesmo dentro dos seus respectivos modelos de negócio em operação.
PLAYERS CONSOLIDADOS
Vários são os exemplos de empresas consolidadas que estão buscando por meio da inovação alternativas dentro da saúde:
Muitos grupos empresariais estão apostando na evolução dos próprios serviços, em busca de um maior acesso, mais comodidade para seus clientes e maior capilaridade. Bons exemplos são os lançamentos de atendimentos e estruturas domiciliares, marketplaces e aplicativos.
Para 2023, grandes players de saúde devem seguir com o lançamento de novas plataformas e modelos de negócios que busquem pela alternância da forma de entrega das soluções em saúde, seja para um indivíduo, colaboradores de uma empresa, usuários de planos de saúde e para médicos em todo o Brasil.
Outros movimentos que podemos esperar? Novas fusões e aquisições de grandes players que buscam a ampliação do portfólio de negócios e entradas em novas praças.
SAÚDE POPULAR
A saúde popular, por meio de modelos de negócio baseado em clínicas de baixo custo, se popularizou em todo o Brasil entre os anos de 2015 e 2016, momento em que o país vivia uma crise econômica e política que afetou diretamente a renda e os empregos.
Com a entrada do capital de risco em empresas e de empreendedores que buscavam diversificar seus investimentos em negócios, o mercado de clínicas populares explodiu no brasil e várias modelos foram inaugurados em capitais e interiores. O posicionamento sempre é bastante simples: entregar uma saúde acessível por meio de consultas e exames, auxiliando o sistema de saúde e evitando a necessidade de tratamentos de alta complexidade.
Muito consolidado em 2022, este modelo de negócios seguirá com força para o ano novo considerando a alta demanda existente de pessoas que ainda seguem sem acesso a um plano de saúde e com dificuldades para conseguir uma consulta ou exames diagnósticos por meio do SUS.
Falando no sistema público, ele vai seguir com o desafio de visualizar no modelo de saúde popular uma alternativa (parceria público-privada) que ajude, por meio de sua tecnologia e capilaridade, o grande problema do acesso a serviços médicos e atenção primária para uma população de brasileiros que passa dos 150 milhões.
PLANOS DE SAÚDE
Os planos de saúde regulamentados sempre serão negócios importantes dentro do nosso sistema de saúde. Nos últimos, o Brasil viu surgir novas operadoras com modelos de negócios baseados em públicos específicos e com muita tecnologia empregada no modelo assistencial.
O próprio mercado do capital de risco vem investindo neste segmento por acreditar nas oportunidades existentes na saúde quando se é observado tamanho do problema de acesso que a população brasileira enfrenta.
Ao mesmo tempo que o capital de risco aportou no segmento e com as oportunidades existentes, é do conhecimento geral que o mercado de planos de saúde sempre passa por grandes dificuldades operacionais, grande parte delas oriundas de crises econômicas (inflação e desemprego), aumento da sinistralidade e o envelhecimento da população. Mesmo os novos modelos de negócios enfrentam essas mesmas dificuldades e, ainda, estão sendo impactados pela crise global que atinge o mercado de tecnologia.
ALTERNATIVAS AOS PLANOS DE SAÚDE
Há muitos anos as alternativas aos planos de saúde também vem se mostrando muito necessárias em um cenário de baixo acesso a serviços básicos de saúde por grande parte da população brasileira.
Os famosos “planos de benefícios” vem se consolidando em todo o país com modelos de cartões e/ou planos de recorrência que oferecem preços acessíveis em uma rede de clínicas e laboratório. Existem ainda modalidades dentro desses modelos de negócios que incluem telemedicina e cotas anuais de consultas e exames sem custos.
Outro modelo de negócio que vem se destacando, são as redes e franqueadoras que trabalham com o modelo de cartão de benefício e rede própria de clínicas médicas. Empresas como essas conseguiram desenvolver em seus modelos de negócios a escala nacional, atingindo em poucos anos a marca de milhões de pessoas atendidas e uma alta receita com venda dos seus planos recorrentes e do faturamento dos centros verticalizados de saúde.
O futuro? Novas empresas e tecnologia que serão desenvolvidas para entregar ainda mais acesso a saúde.
Quais as oportunidades? Várias, principalmente na gestão de risco populacional dentro de organizações e dos usuários individuais que aderem a esse formato de assistência básica a saúde.
TELEMEDICINA
A Telemedicina continuará sendo o principal foco de atenção em todos os ecossistemas de serviços e soluções em saúde.
O motivo é muito simples: sua capacidade de escala em regiões remotas. Trata-se de uma importantes ferramenta de orientação para específicos perfis de pacientes que precisam ser informados sobre qual a melhor forma de buscar por um serviço presencial, ou mesmo para ter receita para um medicamento em soluções também específicas.
Seja para planos de saúde, para clínicas físicas, para alternativas de acesso a saúde ou mesmo para o SUS, a telemedicina ainda é uma alternativa extremamente importante e veremos em 2023 ainda mais crescimento.
E você, como visualiza o setor de Saúde para 2023?