O que é inovação?

Aliás, reformulo a pergunta: o que é inovar na saúde?

Essa reflexão me acompanha diariamente. A saúde é um dos setores que mais dedicam tempo, talento e recursos a pesquisa e desenvolvimento. Mas todo esse esforço se converte, de fato, em mudanças nas rotinas dos serviços de saúde? E nos serviços de menor porte, como clínicas, consultórios e laboratórios?

De acordo com a tese do médico Paulo Miranda, fundador do HUB H2O, a inovação acontece todos os dias, em instituições de todos os tamanhos. Ela vai dos grandes centros de pesquisa aos consultórios onde gestão e performance já fazem parte da prática clínica.

Outra ideia que considero fundamental é a valorização dos talentos e heróis locais. Precisamos reconhecer, dar visibilidade e promover quem transforma a saúde aqui mesmo, em Goiás, desenvolvendo soluções revolucionárias, ferramentas disruptivas e tecnologias que melhoram o funcionamento dos serviços.

Foi a partir desse potencial goiano que, dentro do HUB H2O, nasceu o projeto MEDTECH. Sua primeira edição, intitulada I Congresso Goiano de Inovação Médica, ocorreu em 22 e 23 de maio.

Tive a honra de integrar a equipe organizadora desse encontro pioneiro, que reuniu profissionais, pesquisadores, estudantes e empreendedores com um objetivo comum: repensar os caminhos da medicina e da saúde a partir da inovação.

No congresso, foram discutidos temas que vem moldam o futuro do setor: inteligência artificial na prática clínica, saúde digital, experiência do paciente, sustentabilidade, novos modelos de formação médica e a integração entre academia, setor público e mercado.

O primeiro dia, um pre evento, ocorreu na unidade Goiânia do Ensino Einstein. O congresso principal foi sediado no Sicoob Unicentro.

Mais do que palestras e painéis, o encontro se tornou um espaço vivo de trocas, conexões e fortalecimento de iniciativas que já nascem com DNA inovador. Isso comprova que, mesmo fora dos grandes centros, existe um movimento consistente, engajado e comprometido com o futuro da medicina.

Entre os palestrantes estiveram Dr. Celmo Porto, Dr. Renato Daher, do Grupo CRD e Ahpaceg, Dr. Frederico Morais Xavier, diretor de mercado da Unimed Goiânia, Dr. Mayler Olombrada, gerente regional de ensino da Sociedade Beneficente Israelita Albert Einstein, Dr. Pedro Vieira, diretor médico do Hospital Albert Einstein, Luiselena Luna, da superintendência de tecnologia e saúde digital da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, Dr. Alexandre Chater Taleb, referência em telemedicina e médico oftalmologista, Heder Bragança, CEO do Grupo Axiom, além de outros profissionais que constroem diariamente a saúde goiana.

O resultado foi um marco para a inovação em Goiás. Durante dois dias, médicos, gestores, agentes de saúde pública e profissionais de diversas áreas compartilharam conhecimento, motivaram-se mutuamente e reforçaram a convicção de que podemos, e devemos, elevar o padrão de cuidado oferecido à população.

Finalizando o congresso, o sentimento foi unânime: queremos mais!

Todos saímos dispostos a seguir debatendo inovação, gestão e o futuro da saúde. Para mim, o maior destaque foi perceber como a busca por inovação, tanto tecnológica quanto humana, pode fortalecer relações, melhorar o ambiente de trabalho e gerar soluções que ultrapassam as paredes das organizações e chegam ao mercado.

Agradeço a todos que participaram, aos colegas da organização, aos apoiadores e aos palestrantes que aceitaram o desafio de construir esse marco conosco. Que este seja apenas o primeiro de muitos passos em direção a uma medicina mais integrada, colaborativa e alinhada com os desafios e oportunidades do nosso tempo.