
Chegamos nos primeiros números da saúde suplementar publicados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar em 2025. Como de costume, nossa equipe da Commerciare Gestão em Saúde acompanha esses números e compartilha um resumo da situação.
Sabemos que vários fatores impactam o crescimento da saúde suplementar, bem com também os momentos de queda na quantidade de vida e os constantes desafios do setor em busca da excelência, da sua sustentabilidade e no enfrentamento as constantes crises economicas do país e fraudes, como estamos acompanhando nos últimos anos.
Sabemos também que os problemas e desafios dos planos de saúde impactam no fluxo de caixa e na sustentabilidade dos prestadores de serviços (clínicas, laboratório, hospitais e demais prestadores). Sabemos que parte do volume de serviços da saúde privada vem dos usuários das operadoras de saúde e eventuais crises geram problemas no recebimento das faturas, problema este bem evidente em 2025.
Se você é gestor em serviços de saúde, saiba que acompanhar o número de vidas dos planos na sua região pode ser uma indicador importante, que justifique a queda no volume de um ou vários convênios dentro do seu laboratório, por exemplo. Além disso, as crises constantes em várias operadoras podem estar gerando problemas no seu caixa, uma vez que com pagamentos em aberto, seu fluxo de caixa deve estar ou já foi consumido, obrigando você a pegar dinheiro no banco, atrasar fornecedores e, por fim, atrasar os custos operacionais do negócio (incluindo colaboradores e impostos).
Em 2025, as informações e os desafios seguem em todo da sustentabilidade e do futuro do setor.
Base de beneficiários
Em março de 2025 o setor somava 52.179.323 usuários em planos de assistência médica e 34.566.583 em planos exclusivamente odontológicos, segundo a sala de imprensa da ANS.

A carteira continua concentrada em planos coletivos empresariais, que reúnem quase 72 % dos beneficiários médicos, ao passo que os individuais mantêm cerca de 11 % e os coletivos por adesão ficam próximos de 17 % do total.
Resultado econômico-financeiro
O lucro líquido das operadoras médico hospitalares alcançou R$ 7,14 bilhões entre janeiro e março, alta de 114 % ano a ano, de acordo com o Painel Econômico-Financeiro da ANS. A margem líquida ficou perto de 7,7 % sobre uma receita de R$ 92,9 bilhões, o melhor desempenho para um primeiro trimestre desde o início da série em 2018.

Para efeito de contexto, o lucro acumulado de 2024 já havia fechado em R$ 10,2 bilhões, salto de 429 % frente a 2023.
A grande polêmica por trás de todos esses n[umeros positivos ainda é preocpante, considerando que a realidade dos planos de saúde ainda não mudou e as constantes crises fazem parte da rotina na relação entre os planos de saúde, seus usuários e
Pressão judicial e riscos regulatórios
A judicialização continua a pesar no custo das carteiras. Mais de 60 % das despesas judiciais estão ligadas a descumprimento contratual, revela análise recente do Painel da ANS. Em 2024, os processos contra operadoras ultrapassaram 300 mil novos casos, o dobro registrado três anos antes.
O que esperar do restante de 2025
O primeiro trimestre trouxe duas mensagens claras. A carteira continua crescendo e as operadoras colheram lucro histórico. Ao mesmo tempo, o caldo de judicialização, custos assistenciais e cobranças regulatórias engrossa a cada mês.
Para quem opera planos de saúde, o caminho passa por três verbos bem simples: cuidar, prevenir e explicar. Cuidar de protocolos clínicos para reduzir sinistralidade, prevenir fraudes que drenam caixa e explicar contratos de forma cristalina para afastar litígios. Quem puxar essa fila vai desagradar algumas vozes conservadoras do setor, mas também tende a ganhar musculatura para enfrentar um mercado mais apertado.
No lado dos prestadores, a receita não muda:
- Olho nos custos: conheça cada linha do seu demonstrativo e ajuste o que não gera valor.
- Medição de retorno por operadora: calcule margens, prazo de pagamento e peso no faturamento antes de ceder a reajustes.
- Negociação baseada em dados:leve indicadores assistenciais e operacionais sólidos à mesa. Eles valem mais do que qualquer discurso.
Em resumo, 2025 ainda reserva crescimento, mas só ficará confortável para quem souber traduzir números em decisões rápidas. Vamos acompanhando e debatendo juntos.
