
Uma dor recorrente de empresários e profissionais é o famoso desafio de abandonar a operação do negócio para se dedicar a questões estratégicas, como prospectar grandes clientes, participar de negociações relevantes, investir mais tempo no marketing da empresa, conhecer novas pessoas e buscar novas alianças.
Mas como sair da operação?
Na saúde, falamos de um setor em que a urgência clínica costuma gritar mais alto do que qualquer outra prioridade, e não é surpresa que muitos consultórios, laboratórios e hospitais ainda sejam conduzidos no modo “apagador de incêndio”. Médicos, dentistas, gestores e empresários passam grande parte do tempo resolvendo problemas como filas na recepção, ajustando prontuários ou negociando materiais de última hora. Enquanto isso, a agenda estratégica, a inovação e a melhoria de processos ficam para um segundo momento.
O resultado é um ciclo de cansaço, crescimento irregular e risco financeiro.
Mas o que, de fato, mantém os gestores presos à operação? Como isso pode ser evitado?
Mais do que evitar, é possível gerenciar a operação de forma que a empresa alcance melhores resultados, que o gestor disponha de tempo para questões estratégicas e que a equipe tenha autonomia para atuar em seus departamentos e áreas de especialização.
Confira abaixo algumas situações que roubam o tempo de quem precisa focar no estratégico:
Cultura de centralização do conhecimento
A crença de que “ninguém faz tão bem quanto eu” subestima o poder dos processos. Quando tudo precisa passar pela aprovação do chefe, surgem atrasos e esgotamento. Padronizar procedimentos em checklists, realizar revisões por amostragem e oferecer feedback constante libera o gestor para tarefas de maior valor.
Você tem se esforçado para transmitir conhecimento ao seu time? Ensinar às pessoas o que sabe sobre o negócio e sobre os anos de experiência que acumulou nessa jornada e que fizeram o seu negócio ser o que ele é?
Essa transformação deve acontecer com a área de Recursos Humanas envolvida na construção de um planejamento voltado para gestão de pessoas. Se sua empresa não tem um profissional de RH, procure um profissional externo para auxiliar você neste processo por meio de uma consultoria especializada.
Suporte operacional limitado
Planilhas isoladas, sistemas que não se comunicam e a ausência de manuais de processos criam um verdadeiro labirinto operacional. Mapear toda a jornada do paciente, implantar um sistema único que integre agendamento, prontuário e faturamento e revisar esse fluxo todos os anos reduzem gargalos e evitam retrabalho.
Sua clínica está informatizada? Os processos são claros? A jornada do paciente está mapeada do primeiro contato ao pós-atendimento?
Quando essas bases faltam surgem filas, erros, retrabalho e perdas financeiras. Pior ainda, a experiência do paciente se deteriora e a segurança assistencial pode ser comprometida.
Gestão de pessoas frágil
Contratar por indicação ou pressa gera equipes desalinhadas e alta rotatividade.
Descrições de cargo bem definidas, entrevistas por competência, testes práticos e avaliações de perfil comportamental colocam cada profissional no lugar certo.
Quantas vezes você já precisou de determinada competência e, entretanto, a vaga estava ocupada por alguém que não se encaixava? Às vezes o talento existe, mas está na função errada; em outro posto a pessoa poderia brilhar e impulsionar o crescimento do negócio.
Outro desafio é a falta de capacitação contínua. Sua equipe lembra do conteúdo do último treinamento? Os líderes estão atualizados com as metas e mudanças da empresa? Um calendário de desenvolvimento permanente mantém o time afiado. Sem revisões periódicas, detalhes críticos se perdem na correria do dia a dia, aumentando riscos técnicos, sanitários e financeiros.
Alinhamento estratégico do time
Seu time está alinhado com o Planejamento Estratégico da sua empresa?
Sabemos que existem informações e processos que devem seguir níveis hierárquicos dentro da empresa, inclusive muitos deles desconhecidos pelas lieranças operacionais e estão sendo discutidos apenas por diretores e/ou sócios. No entanto, o time precisa ter claro qual o objetivo da empresa, as metas, o foco estratégico e quais os caminhos estão sendo almejados.
Uma clíncia que tem o objetivo de migrar o públicos-alvo atualmente misto para ser exclusivo de mulheres, não precisa de uma estratégia capaz de engajar todo o time, do atendimento ao whatsapp ao agendamento de retornos e exames complementares?
Organize seu Planejamento Estratégico e organize uma versão do Mapa Estratégico acessível para todos!
Em outras palavras, todos precisam falar a mesma lingua!
Uma clínica saudável não depende apenas de conhecimento assistencial; requer liderança capaz de transformar tempo em alavanca de crescimento. Isso não significa abandonar completamente a operação por vaidade, mas assumir a missão de desenvolver pessoas e o negócio de forma equilibrada.
Se você é gestor, sabe que a empresa precisa de decisões estratégicas sobre expansão, sustentabilidade e novos serviços, mesmo que parte da sua agenda ainda esteja no consultório ou na sala de exames. Se é proprietário, provavelmente deseja abrir novas unidades, atrair sócios ou captar investimentos. Nenhum desses objetivos se concretiza quando toda a sua energia fica presa ao dia a dia.
Pergunte a si mesmo: vale a pena permanecer focado apenas na rotina, sem investir na formação do time, sem contratar da maneira correta e guardando conhecimento só para você? Ou vale mais construir uma equipe autônoma, processos eficientes e uma cultura de aprendizado contínuo que sustentem o crescimento?
Pense nisso com carinho!
