As 5 Forças de Porter: analisando a competitividade no setor de saúde

  • Post publicado:28 de julho de 2024

Por: Luiz Henrique Soares

No cenário dinâmico dos negócios, entender a competitividade do mercado é crucial para definir estratégias eficazes. Uma ferramenta amplamente utilizada para essa análise é o modelo das 5 Forças de Porter, desenvolvido por Michael Porter. Este modelo ajuda a identificar e analisar cinco fatores principais que determinam a intensidade da competição e a atratividade de um mercado. Vamos explorar como essas forças se aplicam ao setor de saúde e como podem ajudar clínicas, hospitais e outros prestadores de serviços de saúde a navegarem neste ambiente desafiador.

A indústria da saúde está em constante evolução, impulsionada por avanços tecnológicos, mudanças regulatórias e a crescente demanda por serviços de qualidade. Nesse contexto, é essencial que os gestores de saúde compreendam as dinâmicas competitivas que moldam o mercado. O modelo das 5 Forças de Porter oferece uma estrutura valiosa para essa análise, permitindo que as organizações identifiquem oportunidades e ameaças, e desenvolvam estratégias mais eficazes. Vamos detalhar cada uma dessas forças e entender seu impacto no setor de saúde.

1. Rivalidade entre Competidores Existentes

No setor de saúde, a rivalidade entre concorrentes pode ser intensa. Clínicas, hospitais e laboratórios competem para atrair e reter pacientes, oferecendo serviços diferenciados, tecnologia de ponta e atendimento de qualidade. A rivalidade aumenta quando há muitos players no mercado, a diferenciação entre serviços é baixa e os custos fixos são altos.

Estratégias para se destacar incluem a melhoria contínua do atendimento ao paciente, investimento em inovação tecnológica, extrema qualidade técnica, implementação de novos serviços que façam sentido com a atual estrutura e parcerias estratégicas.

2. Ameaça de Novos Entrantes

A entrada de novos players no mercado de saúde pode ser facilitada ou dificultada por diversas barreiras. Entre essas barreiras estão os altos custos de investimento inicial, a necessidade de conformidade regulatória e a reputação estabelecida dos players atuais. No entanto, startups inovadoras e tecnologias disruptivas, como a telemedicina, podem reduzir essas barreiras, permitindo a entrada de novos competidores. Para se proteger, as empresas estabelecidas devem continuar inovando e fortalecendo suas relações com os pacientes.

3. Poder de Barganha dos Fornecedores

Os fornecedores no setor de saúde incluem desde fabricantes de equipamentos médicos até profissionais de saúde especializados. O poder de barganha dos fornecedores aumenta quando eles são poucos ou altamente especializados. Isso pode impactar os custos operacionais e a qualidade dos serviços oferecidos. Para mitigar esse poder, clínicas e hospitais podem buscar diversificar seus fornecedores, estabelecer contratos de longo prazo ou até mesmo considerar a integração vertical.

4. Poder de Barganha dos Clientes

Os pacientes e as seguradoras de saúde têm um poder de barganha significativo. Com o aumento da disponibilidade de informação, os pacientes estão mais informados e exigentes em relação aos serviços de saúde. Além disso, as seguradoras podem negociar preços mais baixos devido ao volume de pacientes que representam. Para atender às expectativas e manter a fidelidade dos pacientes, é essencial focar na qualidade do atendimento, transparência e comunicação efetiva.

5. Ameaça de Produtos Substitutos

No setor de saúde, produtos substitutos podem incluir tratamentos alternativos, terapias complementares e até mesmo mudanças no estilo de vida que reduzem a necessidade de certos serviços médicos. A telemedicina, por exemplo, surgiu como uma alternativa aos atendimentos presenciais, especialmente durante a pandemia de COVID-19. Para se diferenciar, é importante que os prestadores de serviços médicos se mantenham atualizados com as novas tendências e incorporem inovações que possam melhorar a experiência do paciente.

O modelo das 5 Forças de Porter oferece uma visão abrangente dos fatores que influenciam a competitividade no setor de saúde. Ao entender e analisar essas forças, clínicas, hospitais e outros prestadores de serviços de saúde podem desenvolver estratégias mais eficazes para se destacar no mercado.

O jogo se torna cada vez mais complexo. A sobrevivência de um serviço de saúde passa pela avaliação do seu modelo de negócios e de como ele se posiciona em relação à qualidade do atendimento, inovação e foco no paciente.

E o MODELO DE NEGÓCIO da sua empresa?

As empresas precisam ter um modelo de negócios que faça sentido no mercado, com um público muito bem delimitado, uma comunicação correta, uma precificação adequada e uma localização estratégica.

Vamos citar um exemplo?

Se você pretende abrir uma clínica de odontologia de maior valor agregado, como justificar um preço mais alto sem a presença de um profissional altamente especializado e que seja um dos poucos, senão o único, a realizar certos tipos de tratamentos?

Canal “Mercado e Gestão na Saúde” no YouTube

Antes de abrir um negócio, precisamos entender como vamos posicionar a empresa. Aqui na Commerciare Gestão em Saúde, entendemos que existem duas formas de posicionamento na saúde que precisam estar bem definidas:

  • Economia de escala: modelo em que os serviços de saúde atuam com alto volume de atendimentos, resultando em padronização e baixo custo de manutenção, margem de lucro na escala e preço acessível para o consumidor.
  • Valor agregado: serviço de saúde com posicionamento focado na alta especialização e na qualidade do tratamento, contando com um ou mais profissionais de referência em suas especialidades que oferecem tratamentos pouco disponíveis na região, ou até exclusivos.

Temos um conteúdo em nosso canal no YouTube onde apresentamos um pouco sobre essa forma de se posicionar na saúde conforme as formatos acima mencionados:

As 5 Forças de Porter vão ajudar muito no alinhamento do seu modelo de negócios. Se ele ainda não está claro, a partir de agora você terá a missão de alinhá-lo de forma coerente no mercado.

Vale a pena continuar atuando sem essa clareza do seu modelo de negócios?