A necessidade de cuidar de quem cuida

  • Post publicado:21 de abril de 2025

Por: Priscila Rosa

Em um setor que cuida da saúde de milhares de pessoas todos os dias, muitas vezes esquecemos de olhar para quem está por trás de todo esse cuidado. Médicos, enfermeiros, técnicos, administrativos – todos enfrentam uma rotina intensa, muitas vezes marcada por sobrecarga emocional, estresse e adoecimento mental. Nesse contexto, a nova redação da NR1 surge como um marco importante para transformar a forma como empresas de todos os segmentos lidam com os riscos psicossociais no ambiente de trabalho.

Mas, o que é a NR1?

Uma NR é, como diz o nome, uma norma regulamentadora complementar à CLT, que dispõe uma séria de especificações sobre segurança e saúde do colaborador no ambiente de trabalho. A NR1, especificamente, estabelece as disposições gerais e o gerenciamento de riscos ocupacionais, o que vai resultar em um documento emitido por uma empresa de saúde, segurança e medicina do trabalho (SSMT), antes o PPRA. Com as novas portarias de 2021 pra cá, o foco passou a ser o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO) e a elaboração do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR). Isso inclui não só riscos físicos e ergonômicos, mas também os riscos psicossociais, como assédio, pressão excessiva por metas, jornadas exaustivas e conflitos interpessoais. Houve mudança também da sigla CIPA, a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, que incluiu em seu texto “e de Assédio”. E tudo isso entra no radar de fiscalização a partir do próximo mês: Maio de 2025.

Na prática, isso significa que cuidar da saúde emocional e relacional das equipes não é mais uma escolha – é uma obrigação legal. Empresas que não identificarem, avaliarem e controlarem esses riscos podem ser autuadas e penalizadas.

Por que isso afeta a produtividade?

A atenção à saúde psicossocial vai muito além do cumprimento da lei. Estudos e experiências práticas mostram que equipes que se sentem seguras, ouvidas, respeitadas e emocionalmente saudáveis:

  • Demonstram maior engajamento com os objetivos da instituição.
  • Comunicam-se melhor, reduzindo erros e ruídos no ambiente de trabalho.
  • Têm menos afastamentos por questões emocionais, evitando sobrecarga do time que permanece e a alta rotatividade.
  • São mais produtivas e criativas, mesmo em cenários de alta pressão.

Em um hospital, clínica ou qualquer instituição de saúde, isso significa um impacto direto na qualidade do atendimento ao paciente, na segurança assistencial e na reputação da organização.

Isso também reflete sobre as certificações que instituições de saúde recebem, como acreditação ONA (I, II e III). Essas certificações, que avaliam a qualidade e segurança dos serviços de saúde, valorizam cada vez mais uma cultura organizacional saudável, ética e colaborativa. Instituições que demonstram cuidado com sua equipe, gestão de riscos psicossociais e cultura de bem-estar tendem a obter melhores resultados nos processos de acreditação.

Assim, cumprir a NR1 não é apenas uma questão legal – é um diferencial competitivo. Investir em saúde psicossocial favorece o clima organizacional, fortalece a liderança, melhora a experiência dos colaboradores e cria um ciclo virtuoso de alta performance.

Por onde começar?

O primeiro passo é desenvolver a escuta ativa dos colaboradores e líderes, o que proporcionará um diagnóstico com base em dados, para a construção de um projeto estruturado de cultura, bem-estar e produtividade. Isso envolve também o desenvolvimento das lideranças, campanhas educativas e estratégias integradas de prevenção e promoção da saúde, como implantação de área acolhedora para repouso administrativo, criação de canal para denúncia de assédio ou ter profissionais dedicados para o atendimento focal breve dos colaboradores.

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